sexta-feira, 6 de julho de 2012

Yoga nas empresas

Yoga laboral
Muitos ainda acham que Yoga na empresa é sinônimo de Yoga laboral. É importante esclarecer que o conceito de ginástica laboral é um tipo de exercício realizado no próprio local de trabalho, que dura 15 minutos, com a roupa de trabalho, e por lei, deve ser orientado por educador físico. Tem a função de compensar, energizar ou relaxar o trabalhador exposto a um esforço repetitivo.
O professor Carlos Legal, do PYT (Programa de Yoga no Trabalho) e sócio da Legalas Desenvolvimento e Yoga no Trabalho, acredita que os efeitos dessas aulas são limitados. “Se o aluno quer melhorar condicionamento físico, flexibilidade, força, resistência, capacidade respiratória e refinar a concentração, qualquer professor responsável sabe que aulas de 15 minutos não gerarão
o resultado esperado. Mas se a pessoa dispõe de apenas 15 minutos para respirar com mais consciência, alongar-se visando relaxar os músculos tensos, sem almejar maiores resultados, aí sim, pode funcionar.”

O potencial do Yoga para prevenir e aliviar lesões por esforço repetitivo recebeu
atenção mundial nos últimos anos em parte por causa de estudo publicado em 1998 no Jornal da Associação Médica Americana, sugerindo que intervenções baseadas em Iyengar Yoga eram mais efetivas que práticas como usar talas no punho para aliviar os sintomas. No estudo, 42 pessoas com síndrome do túnel carpal fizeram parte do programa de posturas de Yoga para alongar, fortalecer e melhorar o alinhamento da parte superior do corpo, além de relaxamento, duas vezes por semana durante dois meses.

Comparado com o grupo que não fez as posturas, o grupo de Yoga mostrou melhoria da força no ato de segurar e redução da dor. De acordo com pesquisas da Isma–BR, que realiza pesquisas na área de gerenciamento de estresse,
mais da metade das situações de afastamento do trabalho no Brasil estão relacionadas, direta ou indiretamente, ao estresse ou às doenças causadas por ele.

A princípio, as empresas procuram o Yoga como um meio de gerenciar o estresse ocupacional e combater o sedentarismo, porque perceberam que somente programas de ginástica ou Yoga laboral não eram o suficiente. “Temos percebido uma redução significativa em sintomas ligados ao estresse e aumento do nível de satisfação de aspectos como paciência, condicionamento físico, concentração, capacidade de relaxamento, entre outros. São itens valorizados no ambiente corporativo, pois influenciam a produtividade e a falta no trabalho por motivos de saúde”, esclarece Carlos Legal, que já implantou os programas de Yoga no Hospital Israelita Albert Eistein desde 2003, na Unilever desde 2005 e na Roche
desde 2006, todos em São Paulo.

A diferença entre o Yoga laboral e o Yoga no trabalho é que atualmente as empresas reservam uma sala para este fim, onde as pessoas participam das aulas com roupas apropriadas, praticam nos tapetinhos e usam acessórios de Yoga. Normalmente as aulas têm uma hora de duração, uma ou duas vezes por semana. Algumas empresas oferecem as aulas sem custo para os funcionários e outras adotam desconto em folha de pagamento e custeiam uma parte. Uma das razões porque o programa de Yoga faz sucesso nas empresas é essa. Como muitas pessoas não têm acesso ao Yoga – seja por desconhecimento ou até por
motivos financeiros –, fazer aulas a um custo reduzido ou de graça é uma motivação a mais. Mas é a praticidade de não ter de se locomover para fazer as aulas que leva muitos funcionários a aderirem ao programa. “Eu trabalho e estudo, não tinha tempo de fazer nada. Comecei a fazer Yoga dentro da empresa pela praticidade. Acabei me apaixonando pela prática”, diz a laboratorista Mariana Paz Magalhães, que trabalha no Hospital Israelita Albert Einstein. Sua colega de trabalho, a analista de laboratório Patricia Mayumi Matsuo, concorda e enfatiza que sua qualidade de vida melhorou com a prática. “Tenho dormido melhor, me sinto mais disposta e ativa e me interessei em aprofundar a prática com a leitura de livros e revistas.”

As aulas de Yoga dentro das empresas não se diferem das ministradas em um estúdio. Os professores preparam as aulas enfocando pranayamas, asanas, meditação e podem dar uma pincelada sobre um ou outro yama ou nyiama. “Às vezes faço uma reflexão sobre algum tema durante a concentração no
início da aula ou no relaxamento, quando sinto necessidade, de forma sutil”, diz Cristiane.“No geral, os funcionários do hospital já têm uma carga de cobrança muito alta e falar sobre dar o melhor de si com contentamento (santosha) sobre o resultado pode ajudar a diminuir o estresse vindo da pressão no trabalho”, complementa.
Fonte:Yoga Journal

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